quinta-feira, 16 de julho de 2015

Para Milton Nascimento (ou - Será que eu ganho um beijo?)



"O amor enfim ficou Senhor de mim/E eu fiquei assim,/Calada sem latim/Coisas da vida
Amor é dom da natureza/Amar é laço que não escraviza." (Milton Nascimento e Fernando Brant)


Ele é LINDO.  Ele guarda a beleza da completude, do todo indissociável, bem como de tudo o que envolve criação humana.

ELE é a magia que vem do mais profundo Sertão Veredas; a Mantiqueira que faz ecoar a VOZ em todos os cantos do mundo; a VOZ a honrar a Mantiqueira, preservando ambiente alto e rochoso, lugar em que as matas estão (ainda) resguardadas da ambição e maldade humanas e mantendo o encanto de folhas e pássaros livres. Somente a VOZ inigualável pode cantar aqui do Rio e fazer chegar, sem Internet, apenas com sua força, um brilho de sol poente ao oriente (que significa nascimento). 

Na minha adolescência, quando eu sofria, ele me falava:  para o que não tem mais razão, a calma do louco ensinou a dizer nada; para o que não tem mais nada, a calma do louco ensinou a dizer – razão.
Somente ELE me convenceu de que algum romantismo é bom – ele pôs um girassol da cor do meu cabelo ao pé da porta quando eu tinha 13 anos. E o velho maquinista, com seu boné, segue a me lembrar um povo alegre que vinha cortejar a Maria fumaça - para moças, flores, janelas e quintais. Se o ouço ou vejo, choro. E sei que é impossível não acreditar em Deus.

Rosane Gomes

 


Rosane Gomes
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