quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Mater Dolorosa (oração desaforada)




Mater Dolorosa (oração desaforada)


“E qualquer coisa que lhe pedirmos, dele a receberemos, porque guardamos os seus mandamentos, e fazemos o que é agradável à sua vista. (1 João 3:22)

“Quando lavarem a mágoa/Quando lavarem a alma/Quando lavarem a água
Lavem os olhos por mim/ E Quando colherem os frutos/Digam o gosto pra mim/ Digam o gosto pra mim (Ivan Lins)”



Entre escombros eu me vejo para agradar meu filho.
De nada adianta, Deus.
O que mais devo destruir para que o coração esteja em paz?

Mandei derrubar paredes – as da casa e as minhas. E nada. E nunca. Parece que jamais.

A que santo ou anjo peço ajuda para encontrar nele o amigável?
Em que altar me ajoelho, pobre da angústia que me abala, para receber um, apenas um milagre?

O que oferecer a ti senão a mim mesma neste lugar transformado em calvário? Prepotência minha. Sou humana, não sou santa, tampouco teu filho eterno feito homem. Apenas posso oferecer meu corpo e minha alma sangrante em sacrifício diário, sem esperar tua resposta.

Por enquanto só digo amém e amém e améM e amÉM e aMÉM e AMÉM, Senhor, para tua vontade.
Que eu veja as constantes mortes cotidianas de perto – e dentro de mim –
Até que me concedas a ressurreição.

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