quinta-feira, 20 de maio de 2010
Denominador Incomum
"A Matemática pura é, à sua maneira, a poesia das idéias lógicas" (Einstein)
Lúcia era primo:
Divisível por si mesma em mil, zil.
Nunca elevada a zero -
inadmissível resultar 1, solitária.
Ainda assim não lhe bastava
Pretendia a forma aberta da sequência
que lhe permitisse liberdade lógica ad infinitum.
Preferia a poética do cálculo,
a instabilidade da evolução temporal
com todas as variáveis - sua liberdade...
Queria a interação
e o movimento sutil que desencadeasse
outros movimentos aleatórios - o prazer do imprevisível.
Desejava ser fração.
Jamais seria numero inteiro.
("zero é isto", ensinava)
E queria o Princípio da Incerteza
E queria o Caos
que levasse a realizar
o seu
próprio verbo
e derivações.
(o simples olhar humanizado
poderia moldar a realidade física.
e isto também era liberdade)
Assim, Lúcia,
alumiada
clara
iluminada
poética
Esclareceu o dia,
os dias;
instruiu e ilustrou o cotidiano daqueles,
que, sentados em cadeira escolar,
descobriram ser Matemática
ciência (in)exata, diária e comum...
“Fácil de alcançar - e de voar”, dizia.
Os alunos, aliviados, paulatinamente descobriram segredos e mistérios:
Era delicioso aprender!
Lúcia e seu requinte singular...
Desejo e ânsia de Educador.
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Esta está perfeita, e bem fluente. De uma beleza múltipla máxima incomum. Gostei muito.
ResponderExcluirObrigada, Jorge.
ResponderExcluirFui aluna desta que virou personagem - Lúcia. Depois segui o caminho que ela me ensinou, em outra área de conhecimento. Já não estou mais em sala de aula - sinto uma falta imensa dessa rotina.
Abs
Que maravilha de poema, Rosane! Sinto-me cada vez mais feliz por tê-la, mesmo que virtulamente, como amiga!
ResponderExcluirPrimorosa sua obra. Parabéns pela lucidez e sensibilidade ímpares.