segunda-feira, 30 de março de 2015
Conversas de Internet
Toda vez em que há um gesto de amizade, Cylo, nasce uma nova e muito colorida bela flor no mundo. Você, por exemplo, fez crescer uma margarida azul.
domingo, 15 de março de 2015
No Sétimo, O Descanso
(frame do vídeo ARK, by grzegorz jonkajtys - http://vimeo.com/3116167)
“Brigam Espanha e Holanda/Pelos direitos do mar/ Brigam Espanha e Holanda, porque não sabem que o mar.../ É de quem o sabe amar” (Milton Nascimento - Leila diniz)
"Eis que és formoso, ó amado meu, e também amável; o nosso leito é verde".
Cânticos 1:16
Aquele que me balança os navios
tem morada distante
Eu nada te peço, Deus,
senão a continuidade do tempo.
E, em que pese a distância,
assinatura da derrota - consumida, mas recuperável -,
traz um sinal de beleza na minha face
e me responde:
Que faço eu para aconchegar oceanos?
Como aproximo chão e chão?
Qual fórmula equaliza
amores filhos, amores mães, amor-amor?
Ventos do sul me levam
Vozes quentes e sudestes me prendem
Que faço Deus?
7 orações?
7 partidas?
7 chegadas?
Olho para fora, não vejo paisagem.
Tenho apenas a janelar memória: peixe na panela, arroz, pratos vibrando a comida com cheiro gostoso de afeto.
Antes, a vara, a pesca da madrugada sobre o mar aquecido de alegrias refeitas de sonho bom
Que faço eu Deus?
fala comigo!
7 orações?
7 partidas?
7 chegadas?
Qual caminho me leva com segurança e sem bússola
ao porto convicto?
Me diz, pai!
fala comigo!
dos naufrágios eu sei,
Você sabe.
Mareante,
já engoli a água,
já cuspi mágoa,
caí.
Quase afoguei.
Os ventos estão gelados - sinto frio, dor
Agora faz!
Isenta a distância.
Aquele que balança os navios
Saiu do mar,
Está na areia à espera.
Ficou sem embarcação...
Me traga um veleiro então.
Eu vou.
Rosane Gomes
“Brigam Espanha e Holanda/Pelos direitos do mar/ Brigam Espanha e Holanda, porque não sabem que o mar.../ É de quem o sabe amar” (Milton Nascimento - Leila diniz)
"Eis que és formoso, ó amado meu, e também amável; o nosso leito é verde".
Cânticos 1:16
Aquele que me balança os navios
tem morada distante
Eu nada te peço, Deus,
senão a continuidade do tempo.
E, em que pese a distância,
assinatura da derrota - consumida, mas recuperável -,
traz um sinal de beleza na minha face
e me responde:
Que faço eu para aconchegar oceanos?
Como aproximo chão e chão?
Qual fórmula equaliza
amores filhos, amores mães, amor-amor?
Ventos do sul me levam
Vozes quentes e sudestes me prendem
Que faço Deus?
7 orações?
7 partidas?
7 chegadas?
Olho para fora, não vejo paisagem.
Tenho apenas a janelar memória: peixe na panela, arroz, pratos vibrando a comida com cheiro gostoso de afeto.
Antes, a vara, a pesca da madrugada sobre o mar aquecido de alegrias refeitas de sonho bom
Que faço eu Deus?
fala comigo!
7 orações?
7 partidas?
7 chegadas?
Qual caminho me leva com segurança e sem bússola
ao porto convicto?
Me diz, pai!
fala comigo!
dos naufrágios eu sei,
Você sabe.
Mareante,
já engoli a água,
já cuspi mágoa,
caí.
Quase afoguei.
Os ventos estão gelados - sinto frio, dor
Agora faz!
Isenta a distância.
Aquele que balança os navios
Saiu do mar,
Está na areia à espera.
Ficou sem embarcação...
Me traga um veleiro então.
Eu vou.
Rosane Gomes
terça-feira, 3 de março de 2015
Vitupério
“Eu botava a mão/No fogo então/Com meu coração de fiador...”
(Chico Buarque)
"Aquele que odeia dissimula com seus lábios, mas no seu
íntimo encobre o engano" Provérbios 26:24
Especialmente hoje, gargalhadas me incomodam.
Esquisitei.
Porém posso evitar, agora, que me transpassem
com parvoíces. Estou segura. Imune.
No primeiro domingo,
Não estava preparada.
Ele voltou excessivo e desorientado.
Assustei, inquietei, pedi.
Dormi às 3 da madrugada,
com minha alma cheia de sustos.
Dia seguinte, ouvi a voz mansa.
Pareceu-me desigual.
No segundo domingo,
Estava perto e presenciei
a cena etílico-destruidora
sem poder reagir.
Depois, dentro de um carro,
vi um Marechal em guerra.
O olhar paranóide apontava,
sucessivas vezes,
para qualquer ato não feito por mim.
Suas alucinações acusatórias espalhavam mau cheiro no ar.
O céu escureceu.
A trovoadas verbais foram ouvidas em toda cidade,
convidando moradores a se proteger.
Fiquei nua, sem defesas.
Saí do belicoso delírio e
voltei ao ninho seguro de minha terra.
Dia seguinte, não ouvi arrependimento -
Eu o li – uma mistura de desculpas com concessiva e final de
memorando.
Incoesa escrita. De nada valeu.
No derradeiro domingo,
esperei até o coração ficar seco e mudo.
Novamente ouvi impropérios.
Voltei ao ninho na esperança de me proteger.
Dias seguintes, nada houve além do silêncio.
Ele sumiu.
Meu corpo secou, empalideceu,
doeu-me a cabeça, o ventre, os olhos, o peito, o plexo.
Atrapalhei as palavras. Perdi o poético.
Mas não por muito tempo.
Agora vivo ausente dessas memórias – eram por demais mentirosas.
Agora vivo. Intransitiva.
Recôndito distante de um abrigo vazio.
domingo, 1 de março de 2015
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