“Fique assim, meu amor, sempre assim/E se
lembre de mim pelas coisas que eu dei./E também não se esqueça de mim/Quando
você souber, enfim,
De tudo que eu guardei.” (Valsa para uma menininha)
De tudo que eu guardei.” (Valsa para uma menininha)
“E quando lavarem a mágoa, E quando lavarem a alma E quando lavarem a água,
Lavem os olhos por mim... Quando brotarem as flores, Quando crescerem as matas, Quando colherem os frutos, Digam o gosto pra mim...Digam o gosto pra mim...”(Aos Nossos Filhos)
Lavem os olhos por mim... Quando brotarem as flores, Quando crescerem as matas, Quando colherem os frutos, Digam o gosto pra mim...Digam o gosto pra mim...”(Aos Nossos Filhos)
I
O primeiro som não
foi choro,
foi melodia.
Obstetra, pasmo,
disse “
bravo!"
Boca de leite de
peito,
desejo de dedo na
boca,
choro-vontade-de-colo.
Curuminha cresceu.
II
Menina-luz
aluada
lunar
doze aninhos -
toma banho de lua com a mãe.
Feliz,
toma sol também.
Soleada,
segura e acaricia
a bem-me-quer.
Aspira sempre mais
do contentamento...
Da tristeza,, tira
um sabor madurinho-carambola.
III
Noite sem luar
chegou.
Outono trouxe o
manto escuro,
e entristeceu os
olhos de menina.
IV
Curuminha amadurou
precoce.
Ainda assim,
alimentou de alfazemas
os arredores.
V
Ventos na
varanda,
trouxeram
solidões.
Aproximaram
perigos.
VI
Curuminha vela a
mãe da ventania,
leva
brinco-de-pricesa,
lava mágoa,
toma conta.
Zela. Vela.
Sofre com
dores evitáveis,
inevitáveis,
impossíveis,
mas levanta.
Levita.
Sacode a amargura,
faxina a dor.
Enfrenta, sem
medo,
as consequências
de ser
audaz.
E borda com meigas
orquídeas -
de um constante
amanhecer pacífico -
as paredes pungentes
da casa.
VII
Ventos mornos na
janela trouxeram aconchego.
Curuminha com uma
corda de violetas, saiu do abismo.
Mexe os cabelos
de ainda-menina
e, sorrindo
luminosa,
fragiliza as
maldades
sem poréns.
Malagueta e mel.
Bela - e fera.
Minha absoluta - e
única - ternura.
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