sábado, 26 de novembro de 2011

Deserção




Para minha amiga Christina


Ela vivia entre halteres na academia e fardos na vida. E ainda se preocupava com os encargos de ombros outros. Distraía-se levantando pesos. Na hora imprecisa, de músculos já relaxados, despencou - cinco andares - no chão: uma carga vermelha e fria, que um faxineiro cuidou de limpar para manter a assepsia cotidiana.
Restou no piso a cicatriz invisível da dor muda, dormindo inútil. Esquecida.

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