“O Tejo
é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia,
Mas o Tejo não é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia
Porque o Tejo não é o rio que corre pela minha aldeia.” (Alberto Caeiro)
Mas o Tejo não é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia
Porque o Tejo não é o rio que corre pela minha aldeia.” (Alberto Caeiro)
Rumo à padaria para o café da manhã.
O calor aqui está de rachar cabeça, embora a minha já tenha
partido há muito.
Mas me sinto tão bem.
Coisa boa ser recebida pelas garçonetes e o cozinheiro a
fazer meu sanduíche
com extremo afeto e abundância –
requintes de chapa fervente e bastante suor.
Passo pelos donos da banca de jornal,
E abraço a irmã proprietária com muito carinho.
Beijo o irmão proprietário, na espera de uma piada sempre surpreendente
É tão bom me sentir domiciliada.
Somente nessas ruas me reconheço.
Aqui não erro caminhos e não sinto mal.
Na academia faço exercícios
de conversas e alegrias – levantar pesos não carece tanto.
Lá o abraço do amigo psiquiatra me espreme e me exprime,
jogando ao chão as minhas dores – melhor linha terapêutica
não há.
Cheguei hoje, depois de chagas de fazer inveja a Cristo.
Agora está tudo certo e bem.
Neste momento nenhuma agressão me atinge porque não há.
Estou resguardada.
Apenas o verão dessas minhas ruas me refresca a alma
e me salva do sofrimento.
De qualquer maneira, se tudo transtornar,
(me) responsabilizo.
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